Tudo muito simples, mas muito belo e muito intenso. O perfume das flores, o voo da alegre borboleta ou da ágil libélula, nada passava despercebido aos sentidos desse menino. Aquela ameixa amarelinha, ou a manga madura, também não escapava dos olhos atentos do menino e seus amigos. Nada mais gostoso do que comer uma fruta trepado na árvore.
Outra coisa boa era sentar-se na beira da calçada à noite, com os amigos, para contar histórias assustadoras sobre lobisomem, mula sem cabeça e fantasmas. Depois todos ficavam com medo de voltar para casa.
Claro que houve momentos ruins, ou melhor, doloridos na infância daquele menino. Foram muitos os tombos que resultaram em dentes quebrados, joelhos ralados e até um braço quebrado, aprendendo a andar de bicicleta, ou arrancar o tampo do dedão jogando bola. Nada que uma boa camada de mertiolate e um band-aid não resolvessem.
O menino cresceu e perdeu os privilégios e as fantasias de criança, mas não perdeu a vontade de brincar, apesar de que a lentidão do tempo não está mais presente na sua alma de menino.
Este não é um livro de memórias, mas de recordações de tempos bem vividos por um menino que cresceu, mas não perdeu a sua essência. Evoca a pureza e a aventura do mundo visto através dos olhos de um menino, em um universo onde a curiosidade, a inocência e a imaginação não têm limites.